Estratégias psicológicas para se preparar para o fim da quarentena - Epopéia
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No início de junho de 2020, alguns estados estão implementando planos para a retomada das atividades pós quarentena, ainda que a pandemia ainda não tenha sido controlada no país. Um exemplo disso é o Governo do Estado de São Paulo que anunciou, no dia 27 de maio, o plano de flexibilização, que teve início na segunda-feira, 1º. Particularmente acho a medida precipitada, contudo, muita gente não está tendo outra alternativa, senão acatar as diretrizes governamentais.  Opiniões e polêmicas à parte, será que estas pessoas estão preparadas psicologicamente para viver essa ‘nova normalidade’? 

O que observamos nos países que já retomaram parte de suas atividades é : o medo de sair de casa, a angústia toma conta das pessoas mediante à ideia de sair às ruas e retomar o contato .

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O que é esse fenômeno que causa o medo de sair de casa?

A Síndrome da Cabana teve seus primeiros relatos no ano de 1900 quando trabalhadores no norte dos EUA passavam longo períodos em isolamento por conta do inverno e depois tinha receio de retomar o contato com a civilização. O mesmo efeito é observado em outras situações de isolamento de longo prazo: expedições no Alasca, longos períodos de hospitalização, encarceramento prolongado e afins.

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Por que isso acontece?

É como se o nosso cérebro ficasse acostumado a uma nova rotina, é como se ele aprendesse que estar em casa é a única possibilidade de segurança e proteção. A demais, tivemos reforçadores positivos de comportamento durante a quarentena: mais tempo para a família, hobbies, estudo e tempo para nós mesmos. Para as pessoas que tem uma personalidade introvertida, isso é ainda mais evidente.

Mas isso é uma doença?  Definitivamente não. Vamos deixar bem claro que isso é um fenômeno normal mediante tudo o que estamos vivendo. Apesar do “apelido” isso não é uma síndrome como por exemplo a Agorafobia, trata-se de uma realidade psicológica temporária, afinal, ainda temos o risco do vírus iminente e temos que nos cuidar.

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Quais são os sintomas?

O sintoma principal é a angústia iminente de sair de casa, acompanhados de medo e ansiedade. Percebe-se ainda uma certa letargia, falta de motivação, sono excessivo e comportamentos de esquiva para fugir do problema como compulsão alimentar ou adicções.  Podemos notar ainda sintomas cognitivos como falha na memória e dificuldade de concentração. Diante dos altos índices A UCSI University na Malasia criou uma escala para aferir a incidência da chamada “Cabin Fever” na população

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Quais são as dicas para lidar com esse fenômeno?

1) Respeite o seu tempo
Todos nós temos um tempo emocional que varia de pessoa para pessoa, portanto, não se obrigue! Pare de se comparar com os outros e faça as coisas nos eu tempo.
 2) Foque no que está no seu controle
Quando você foca no que está no seu controle, diminui a sensação de angústia e medo. Crie uma rotina com movimento e envolva uma alimentação saudável, exercícios e um momento para sair de casa aos poucos.
 3) Dessensibilização Sistemática
Essa é uma técnica da Terapia Cognitivo Comportamental que pode ser usada. Aos poucos, vá colocando ‘metas’ para você administrar a angústia. Pequenos passos gradativos e crescentes como por exemplo: hoje vou até o portão, amanhã até a calçada, depois uma volta no quarteirão e assim sucessivamente.
4) Controle seus pensamentos
Avalie racionalmente seu medo, afinal, não é uma escalada até o pico da neblina, é apenas uma volta pela vizinhança. Facilite ainda mecanismos para mitigar o medo, por exemplo, use roupas e calçados fáceis de tirar para quando você chegar em casa facilitar o processo de higienização. Tenha um local fora de casa para deixar os calçados e máscaras até serem higienizados.
5) Procure ajuda profissional
É importante que você não se compare com os outros, mas sim, consigo mesmo. Se você observar que os comportamentos de esquiva não regridem ou aumentam conforme os dias vão passando, é importante que você busque ajuda. Encare isso como uma “fisioterapia psicológica” que vai ajudar você a voltar a caminhar depois de um longo período de imobilização. Nesse caso eu posso ajudar.

 

Qual o conselho final para as pessoas que já estão vivenciando a flexibilização?

A pandemia ainda não foi controlada, não temos um medicamento comprovadamente eficaz de acordo com a medicina, tão pouco temos vacinas que possam imunizar a população. Temos que manter a cautela, contudo, sem nos privarmos do contato social e da liberdade de ir e vir que é tão importante para nós.

Neste momento o seu maior inimigo são os pensamentos negativos, trabalhar a aceitação, o gerenciamento das emoções e aprender a flexibilizar é fundamental, afinal, a vida continua e temos que continuar fazendo projetos, sonhando, estabelecendo metas usando nossa capacidade nos reinventarmos mediante este novo normal.

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