Como usar a ansiedade de forma positiva na pandemia

Como usar a ansiedade de forma positiva em meio a pandemia? Você tem conseguido controlar a sua? A maioria das pessoas não… mesmo aquelas que antes estavam ‘funcionais’, psicologicamente falando, agora começam a apresentar sinais severos de estresse e ansiedade.

E não é para menos, afinal, parece que uma nova interpretação está sendo dada à linha histórica que divide as eras A.C. – D.C.: Antes do COVID e Depois do COVID.

E nessa nova linha do tempo, parece que o caos foi instaurado, um estado constante de alerta seja pelo medo da doença, seja pelo desdobramento do que ela traz: desemprego, crise econômica, isolamento social, crises nos relacionamentos decorrentes da convivência “forçada” em casa, doenças de ordem emocional.

É fato que nós somos seres sociais, o ser humano só conseguiu se perpetuar enquanto espécie pela habilidade desenvolvida de se conectar e viver em comunidade, estar em casa vai contra nossa programação biológica. Enquanto nosso lado racional sabe que o isolamento é necessário, que temos que ficar em casa; nosso instinto grita pra irmos pra rua ver gente e nos conectarmos como a vida era antes.

Os efeitos colaterais do isolamento social são muitos, mas o principal deles se resume a sensação comum à todos nós: a famosa ANSIEDADE. Muito se fala sobre ela e não é de hoje… só no CID (Código Internacional de Doenças) ela tem 7 diferentes categorias para ajudar a definir as particularidades daquilo que muitos denominam “o mal do século”.

A ANSIEDADE É MESMO A VILÃ?

Contudo, o que as pessoas desconhecem é que a ansiedade não é vilã dos tempos. Ela é apenas um mecanismo de evolução da sua mente, cujo efeito fisiológico é de super performance. Quimicamente falando, ela nos prepara para super produzir, atingir um desempenho acima daquilo que é demandado quando estamos em repouso.

Um atleta, antes de correr uma maratona está em ansiedade e isso o ajuda a performar melhor, um músico antes do show está em ansiedade para ter um resultado excelente, ela nos dá energia e componentes químicos para nos destacarmos acima da média. O problema está quando não conseguimos usar esta bomba energética para produzir os resultados que poderíamos atingir.

Como pegar toda esta ansiedade que estou sentindo neste exato momento em meio ao caos da pandemia, para produzir algo relevante sem surtar? Seria possível fazer uma autoterapia para virar o jogo?

COMO VIRAR A CHAVINHA DA ANSIEDADE A SEU FAVOR?

A resposta para estas questões mora num único lugar: sua atitude mental. E antes que você, caro leitor, pense que vem outro discurso clichê de “seja positivo ”… entenda que a proposta é te ajudar de maneira prática, como fazer isso acontecer. Para começar, gostaria de dizer que em meio à crise existem três tipos de atitudes mentais a seguir…

1)  O pessimista:

Passa o dia olhando com desespero para as notícias, disseminando fake News nos grupos de whatsapp, desanimado no sofá pois não pode sair de casa, derrotista com o cenário “catastrófico” (que ainda nem aconteceu) que virá depois do covid-19. Ele não vê luz no fim do túnel, o medo, a angústia e a ansiedade fazem-no travar.

2)  O otimista:

Este tipo acredita que tudo vai dar certo! Passivamente, se coloca numa posição de que “se Deus quiser logo, logo, as coisas vão se resolver sozinhas”.

É o tipo que nega a realidade de maneira otimista, aproveita o tempo para maratonar séries, fazer vários nadas, espalhar correntes “namastê” nas redes sociais ele também acredita que nada pode ser feito. O comportamento é de negação e esquiva.

 3)  O realista:

Este sim, sabe que estamos em meio a uma crise nunca vista antes, sabe das incertezas que isso pode trazer e por este motivo, se prepara… se prepara estudando, se capacitando, buscando alternativas criativas para reinventar seu negócio e estar preparado.

É adepto da frase “na crise, tem aqueles que choram e aqueles que vendem lenço”. O realista não se desespera como o pessimista, tão pouco releva as coisas como o otimista, ele mantém os dois pés no chão com cautela mas também com esperança.

AS PERGUNTAS MOVIMENTAM O MUNDO

A chave para estar no controle das emoções está na pergunta correta. Ao invés de se perguntar “Porque eu não consigo?”, opte por perguntar “De tudo isso, o que está no meu controle?”, ou ainda, “O que estou fazendo hoje, é algo que vai contribuir para o futuro que eu quero ter? Qual é o próximo passo?”.

Observe em que estado de humor você está, procure ao longo do seu dia o equilíbrio entre as suas atividades, sem culpa, sem peso, apenas vivendo o dia com a plenitude de que ele poderia ser o último. Olhe para os seus valores, aquilo que realmente é importante para você e priorize.

Há que se transformar essa solidão em ‘solitude’, que implica no recolhimento voluntário, na introspecção associada a sentimentos positivos, à alegria de estar sozinho para fortalecer a autoconfiança e o amor próprio.

Agora, se você não vê sentido nisso, se eu ainda não te convenci do quanto isso é importante, permita-me compartilhar um dado publicado pela Universidade de Harvard.  O artigo revela que o covid-19 estará conosco até 2022, isso significa que poderemos ter períodos de isolamento intermitentes, que o mundo que existia até o mês passado, mudou radicalmente e não existe mais isso de “voltar ao normal”… teremos um “novo normal”. Sabemos o quanto construir este novo caminho pode ser desafiador, portanto, se estiver difícil, a escolha a ser feita é uma só: peça ajuda!

TENHA UMA REDE DE APOIO!

Começamos o texto dizendo que somos seres sociais, portanto se está complicado conseguir sozinho, procure quem possa te apoiar, um mentor, um terapeuta, um psicólogo, um guia espiritual, um familiar, um amigo que seja!

Alguém que possa te trazer um olhar de fora, um olhar neutro sobre o problema, com acolhimento, oxigenando as novas ideias para trazer juntamente com você novas perspectivas de solução.

E lembre-se, não espere precisar de ajuda para pedir ajuda! As vezes poucas horas de terapia podem poupar a você meses de sofrimento, pode ser através de uma sessão de aconselhamento psicológico, da psicoterapia breve que é mais focada ou mesmo através da hipnose clínica. O importante é você se cuidar!