O tempo voa e quando você pisca…. socorro! Já é natal e você entra em sofrimento por conta da “síndrome de final de ano”.
Calma, esse sentimento não é exclusividade sua. Todo final de ano é assim, as pessoas param para fazer um balanço do ano, pensar no que conquistaram e no que querem para o ano seguinte.
E mesmo sendo época festejar, de estar junto de pessoas queridas; ela acaba sendo um gatilho para sentimentos de melancolia, tristeza, autocobrança e estresse.
Depois de dois anos de pandemia então… as coisas ficam ainda mais intensas por conta do desemprego, do isolamento social, do cansaço e dos problemas financeiros; parece que as coisas ficam ainda mais difíceis de lidar.
Por que isso acontece?
Mas por que nós somos acometidos por sentimentos pesados como estes? Por que fica mais difícil de lidar com as adversidades da vida? Existe um universo de possibilidades, mas podemos citar alguns fatores que são comuns a todos pelas demandas adicionais que não temos ao longo do ano:
- Excesso de trabalho
- Dificuldade de gerir bem o tempo
- Falta de dinheiro
- Cobrança por presentes
- Conflitos em reuniões familiares
- Comparações com os outros
- Saudade de pessoas que já faleceram
- Pressão por felicidade e gratidão
- Cobrança por coisas que não realizamos
Consequências da síndrome de final de ano
É fato que a intensidade desta “síndrome”, também conhecida como “dezembrite”, varia de pessoa para pessoa, mas no geral, começamos a olhar para aquilo que não foi feito ao longo do ano, para as expectativas que não atendidas, enfim; olhamos maximizamos o lado negativo da falta e esta atitude gera angústia e sentimentos de menos valia. Não obstante, é fato que o impacto emocional é ainda maior para pessoas que são muito exigentes consigo mesmas ou perfeccionistas.
Acontece, que ao se perder neste turbilhão de pensamentos e sentimentos, as pessoas sofrem muitos sintomas psicológicos (ansiedade, depressão, intolerância, irritabilidade, insegurança e frustração ) e físicos (insônia, tensão muscular, taquicardia, dor de cabeça, gastrite nervosa, pressão alta, etc)
5 dicas para lidar com a situação
É evidente que não tem como acelerar o tempo e pular essa época do ano, precisamos buscar alternativas que vão nos ajudar a lidar com os sentimentos de forma mais acolhedora e leve ao invés de negá-los.
Além disso, quando você nega o que sente, o consumo de energia emocional se torna exaustivo, é como andar com o freio de mão puxado. Em suma, é preciso aceitar o fato de que somos seres humanos imperfeitos, dando o nosso melhor a cada dia que passa. Para tanto, sugiro algumas alternativas:
#1 Ressalte o positivo
O primeiro passo para isso é desenvolver o hábito de se ressaltar seus aspectos positivos e qualidades, bem como suas conquistas e acontecimentos de vida que foram bons. De fato, isso vai despertar em você uma sensação de contentamento e bem-estar; os quais são ingredientes fundamentais para um boa saúde emocional. Respeite suas limitações, se valorize e agradeça as pequenas conquistas.
#2 Baixe a régua da autoexigência
Quanto mais somos exigentes conosco mesmos, mais ampliamos um estado emocional dolorido. Então, que tal baixar um pouco a régua da crítica um pouquinho? Assim sendo, se permita fazer uma reflexão, mas com generosidade, analisando o que você fez bem e o que pode ser feito diferente da próxima vez. Em resumo: transforme o erro em aprendizado.
#3 Ressignifique as coisas
Ao invés de ficar se punindo e se recriminando por aquilo que não saiu como você gostaria, que tal pensar diferente? Ora, já passou pela sua cabeça que, talvez o fato de não ter concretizado aquele plano, ocorreu por você não estar preparado? Ou ainda, que você não aproveitaria como gostaria? Por isso, substitua a culpa por ‘responsa-habilidade’ (a habilidade para responder diferente numa próxima vez). Mas se você chegar à conclusão de que faltou força de vontade para fazer acontecer, reflita se o que você almeja é algo que você genuinamente deseja, ou se está fazendo isso por expectativa dos outros ou convenções sociais. Por exemplo, querer perder peso para atingir um ‘padrão’ de corpo “ideal” para as convenções sociais.
#4 Baixe a expectativa em relação ao outro
Todo ano é a mesma coisa… o “tio do pavê” vai fazer as piadinhas sem graça, os parentes farão perguntas inconvenientes “e aí, está com namorando?”, ou ainda, “já recebeu aquele aumento”. Acontece que nem sempre as pessoas fazem por mal. Às vezes, é apenas a forma de elas mostrarem interesse ou quererem participar de sua vida; embora não saibam fazer isso com responsabilidade afetiva. Saiba que vai ser tudo exatamente igual, então, ao invés de querer mudar o outro e criar expectativas; que tal trabalhar com sua reação a estas adversidades? Defina estratégias para ajudar neste momento, estabeleça limites (a comunicação não violenta é sua aliada nessas horas), diga não e evite discussões desnecessárias. Por fim, respire fundo e saiba que isso vai passar!
#5 Presente não é moeda de troca de afeto
É muito comum trocarmos presentes neste período e em nome desta tradição, acabamos nos endividando ou gastando mais do que deveríamos. Logo, tenha em mente que o valor do seu presente não representa o valor da pessoa. Saiba que o valor do presente não é proporcional ao tanto de afeto que você sente por ela. Além disso, não é demérito você estar passando por dificuldades financeiras e por conta disso, não conseguir presentear as pessoas (ou a si mesmo) como gostaria. Portanto, minha recomendação é de que você faça um planejamento financeiro e assuma compromissos apenas com aquilo que vai caber no seu orçamento. Afinal, é bem melhor começar o ano sem dívidas, não é?
Para fechar?
Essas dicas certamente vão te ajudar a lidar com a síndrome de final de ano, ressalto que é perfeitamente normal sentir-se mais triste, ansioso ou estressado neste período. Contudo, tome cuidado para não aliviar o sofrimento através de comportamentos “escapistas”, como comprar compulsivamente, comer demais ou exagerar na bebida. Dessa forma, procure praticar a autocompaixão e validar seus sentimentos neste período. E lembre-se se ficar difícil lidar isso por conta própria, invista na psicoterapia. Ela certamente vai ajudar muito na sua jornada uma vida mais plena e feliz.
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